Mais de 1,3 milhão de idosos deixaram de trabalhar ou de procurar emprego, na comparação do primeiro trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019 (Dado do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). " O preocupante desse número é que 5 milhões de famílias tem como renda apenas a renda do idoso. Em 20% das famílias, a renda do isso representa metade da receita da casa. Esses números são preocupantes e foram revelados pelo Ipea", evidencia Luciana Fontes, Superintendente do CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos).
Além do impacto econômico na rotina familiar, o idoso sem ocupação impacta a sua saúde mental e física. " Uma coisa é o idoso optar pela aposentadoria, ter essa garantia financeira e ocupar a mente com cursos, leitura e convivência com outras pessoas. Outra coisa é ele não ter acesso a recursos financeiros para se manter, querer exercer uma ocupação para a mente e se manter financeiramente e o mercado de trabalho não abrir oportunidade a ele por conta da idade. Por preconceito", explica Jefferson Vendrametto, responsável por desenvolver cursos profissionalizantes para todas as idades no CEBRAC.
Para facilitar a inserção nas pessoas mais maduras ao mercado de trabalho e vencer esse preconceito, o CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos) adaptou os seus cursos para atender essa camada mais madura. Além disso, a rede de cursos profissionalizantes direciona esses estudantes para vagas de trabalho por meio da agência CEBRAC Empregos. Vários alunos do CEBRAC são pessoas acima dos 60 anos como a Dona Maria Amelia, de 78 anos.
Maria Amelia de Carvalho tem 78 anos e é natural de Ribeirão Preto, SP. Com a pandemia, dona Maria adquiriu um celular usado para conseguir acompanhar as aulas do seu curso de Assistente Administrativo. Além disso, toda a semana, um responsável pela escola CEBRAC de Ribeirão Preto deixa na residência da dona Maria materiais de leitura. " Ela está aprendendo a mexer no celular. Nós, da escola, a ajudamos a escolher o aparelho. Como ela está em adaptação com o celular levamos também os materiais de leitura impressos e ensinamos, de forma virtual, ela mexer no celular. Ela é muito esforçada e uma das nossas alunas mais dedicadas", Adriano Santos, Coordenador Pedagógico do CEBRAC- Ribeirão Preto.
Segundo uma pesquisa desenvolvida pela Bayer, 22,8% dos idosos, em todas as regiões do Brasil, nunca leem ou praticam atividades que estimulem o cérebro. Isso pode acarretar no aparecimento de Alzheimer precoce e outras doenças, como depressão.
" Aprender administração, na idade que estou, é muito gratificante. Gosto muito dos meus amigos do CEBRAC, professores, e de todo o cuidado que eles tem comigo. É desafiador e bom para mim fazer o curso", conta Dona Maria, de 78 anos estudante do CEBRAC.
O desemprego já atingiu 13,13 milhões de pessoas é o maior índice desde 2012 (Dado do IBGE). " Como a Dona Maria, milhares de idosos estão se profissionalizando e aprendendo a usar a tecnologia. As empresas só tem a ganhar ao contratá-los. Afinal, o trabalho em casa já é uma realidade, o que não fará esse idoso ficar exposto ao exercer as suas atividades laborais, e a empresa ainda terá um profissional experiente no seu quadro. Contrate os idosos", finaliza Vendrametto, responsável pelo CEBRAC.